Um estudo sobre alimentos ultraprocessados
Um estudo publicado em 27 de Julho de 2022, na Neurology, demonstrou que os indivíduos que consumiam maiores quantidades de refrigerantes, batatas fritas e outros Alimentos Ultraprocessados (AUPs) tiveram o maior risco de desenvolver demência em comparação com participantes que consumiam menores quantidades desses alimentos. Além disso, para cada aumento de 10% no consumo de AUPs, as chances de desenvolver qualquer tipo de demência aumentam em 25%.
Os AUPs são ricos em açúcar, gordura e sal e pobres em proteínas e fibras. Eles incluem refrigerantes, lanches salgados e açucarados, sorvetes, salsicha, frango frito, ketchup, maionese e cereais aromatizados.
Os autores selecionaram 72.083 indivíduos de um banco de dados contendo informações de saúde de 500.000 pessoas que vivem no Reino Unido e foram acompanhadas por 10 anos.
Em média, os AUPs compreendiam 9% da dieta diária das pessoas no grupo de menor consumo, correspondendo a 225 gramas por dia. Já no grupo de maior consumo, compreendiam 28% da dieta diária (814g).
Comparado com aqueles que consumiram a menor quantidade de AUPs, os participantes na categoria de maior consumo tiveram um risco 51% maior para desenvolver demência de Alzheimer e mais de 100% para demência vascular. Refrigerantes constituíram 34% da ingestão total de AUPs, sendo o item mais prevalente nos AUPs.
Os pesquisadores também usaram os dados do estudo para estimar o que aconteceria se uma pessoa substituísse 10% dos AUPs que consumia habitualmente diariamente por alimentos não processados ou minimamente processados, como frutas frescas, vegetais, legumes, leite e carne. Eles estimaram que tal substituição estaria associada a um risco 19% menor de demência de Alzheimer e um risco 22% menor de demência vascular. Exemplificando: uma troca diária de 50 gramas de AUP - uma barra de chocolate - por uma porção de 50g de alimento não processado - meia maçã - diminuiria em 3% o risco de demência.
Sabemos que uma reeducação alimentar completa é um processo que pode demorar, mas pequenas trocas diárias possuem um potencial excelente para a redução do risco de demência.
Dr. Anderson Silva
CRMSP 152951 - RQE 61217
- Mestre pelo Departamento de Psiquiatria da USP;
- Médico Psiquiatra Assistente do Hospital Sírio-Libanês;
- Membro da International Association for Child and Adolescent Psychiatry and Allied Professions (IACAPAP);
- Coordenador dos Cursos de Pós-graduação em Psiquiatria e Psiquiatra da Infância e Adolescência da Pós Médica/FABIN;
- Psiquiatra no Projeto PROADI-SUS da Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein;
- Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade 9 de Julho 2019 a 2021;
- Supervisor da Residência de Psiquiatria da Secretaria Municipal de São Bernardo do Campo 2018 a 2020;
- Editor Adjunto da Revista Debates em Psiquiatria 2022 a 2023;
- Especialização em Saúde Mental da Infância e Adolescência pela Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da UNIFESP;
- Especialização em Dependência Química na USP;
- Titulo de Especialista em Psiquiatria pelas Associações Brasileira de Psiquiatria e Médica Brasileira;
- Cursos em The Harvard Medical School: Psychiatry 2014 e Psychopharmacology: A Masters Class(2015);