Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é raro em adultos
Geralmente, quando alguém fala que Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é raro em adultos, acaba citando um artigo de 1996 de Hill e Schoener, onde ajustaram um modelo matemático às taxas de persistência relatadas por estudos que acompanharam crianças com TDAH desde a infância até a adolescência ou idade adulta. Este modelo indicava prevalências de 0,8% aos 20 anos a 0,05% aos 40 anos.
Para fazer análise da persistência de TDAH é importante entender sobre os termos remissão e remissão PARCIAL.
Remissão é a ausência de sintomas na vida adulta, enquanto na remissão PARCIAL o paciente apresenta alguns dos sintomas de TDAH que causam prejuízo nas atividades da vida diária, porém estes sintomas não são suficientes para preencher todos os critérios de TDAH.
Quando estudos avaliam a presença de TDAH em adultos sendo necessário todos os sintomas para fechar o diagnóstico, eles podem parecer excessivamente otimistas, uma vez que pacientes em remissão parcial que apresentam prejuízos seriam considerados como remitidos.
Esta metanálise de Faraone & Biderman & Mick de 2006 apresenta taxas mais realistas ao compilar dados de diversos estudos longitudinais que acompanharam o desenvolvimento de crianças com TDAH.
Quando os estudos consideram qualquer tipo de remissão, a taxa de persistência é baixa, apenas 15%. Já quando remissão PARCIAL é considerada como persistência, esta taxa se eleva para 65%.
Dr. Anderson Silva
CRMSP 152951 - RQE 61217
- Mestre pelo Departamento de Psiquiatria da USP;
- Médico Psiquiatra Assistente do Hospital Sírio-Libanês;
- Membro da International Association for Child and Adolescent Psychiatry and Allied Professions (IACAPAP);
- Coordenador dos Cursos de Pós-graduação em Psiquiatria e Psiquiatra da Infância e Adolescência da Pós Médica/FABIN;
- Psiquiatra no Projeto PROADI-SUS da Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein;
- Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade 9 de Julho 2019 a 2021;
- Supervisor da Residência de Psiquiatria da Secretaria Municipal de São Bernardo do Campo 2018 a 2020;
- Editor Adjunto da Revista Debates em Psiquiatria 2022 a 2023;
- Especialização em Saúde Mental da Infância e Adolescência pela Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da UNIFESP;
- Especialização em Dependência Química na USP;
- Titulo de Especialista em Psiquiatria pelas Associações Brasileira de Psiquiatria e Médica Brasileira;
- Cursos em The Harvard Medical School: Psychiatry 2014 e Psychopharmacology: A Masters Class(2015);